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By Ferramentas Blog

domingo, 15 de maio de 2011

A Vampira e o Feiticeiro - O Encontro.

-A VAMPIRA-

Estava deitada, imóvel no chão. Sentia uma força revigorada tão forte que seria capaz de levantar uma manada de elefantes inteira, porém me sentia indefesa, pois meus sentidos foram bloqueados.
Tentei, com muito esforço, abrir os olhos mas foi impossível. Alguma força maior os impediam de abrir.
Finalmente meu olfato voltara, e o aroma de cravo e folhas de cemitério da noite anterior pairava no ar. O cheiro irresistível e delicioso de sangue pulsante também. Minha audição voltou e ouvi passos lentos vindo em minha direção.  

-Finalmente acordaste, vampira.

Abri os olhos e saltei. Observei o homem de cima á baixo, tornei á ficar ereta e disse:

-Bom dia, nobre feiticeiro. Agora posso ver perfeitamente quem és.

Sua face me fascinou instantâneamente. Olhos negros como breu, cabelos espetados porém isso não significa que não fossem bem tratados. Lábios carnudos e apetitosos. Era simplesmente lindo.

Sua estatura era magra e alta, mais como de um modelo de Greysco do que de um feiticeiro.

- Bom dia, senhorita. Espero que não se importe, mas trouxe você ao meu castelo. Achei mais adequado do que deixa-la na floresta, esperando o sol.

- Sol? Argh... - disse eu, em um leve estado de pânico.

- Claro que o mesmo não é lá muito problema para você agora que possui um de meus anéis, mas é melhor prevenir do que remediar, hmm?

Então reparei que em meu dedo indicador esquerdo havia um anel de aço presente. Uma forte energia emanava do mesmo, como se um feitiço tivesse sido invocado sobre ele.

- O anel é na verdade uma pedra de mana, transmutada em aço pelo uso de alquimia. Sendo assim, o mesmo gera energia mágica continuamente, permitindo que seja encantado com propriedades unusuais.

Por um segundo achei que ele havia lido minha mente. Seria possivel?

- De qualquer modo, meus servos trarão seu desjejum logo menos. Espero que goste das roupas que tenho aqui, e que as mesmas lhe sejam adequadas.

- O-Obrigada, feiticeiro.

- Sem problemas.

Até ontem eu estava atrás de alimento em farrapos, e agora estou num gigante castelo. Por quê ele está sendo tão gentil? Não entendo. Seria algum tipo de truque?

Decidi simplesmente aceitar. Me levantei, e não notei um raio de luz batendo em meu braço. Me desesperei. Mas havia algo errado. Eu não estava queimando? Como era possível?

Eu estava prestes à perguntar ao feiticeiro, mas ele já havia sumido de vista. Resolvi então escolher uma roupa. Abri o guarda-roupas e me deparei com os mais belos vestidos que eu havia visto em toda minha vida. É claro que um vermelho cor-de-sangue com detalhes em preto me chamou atenção mais do que os outros.

Vestida e um tanto... Ansiosa? Dirigi-me ao saguão, onde o feiticeiro me aguardava. Ao se virar, me olhou com certa ternura (algo que não reparara em nenhum humano com relação á mim antes). E então, sumiu.



- O FEITICEIRO-

Ela me parecia desconfiada, ou seria envergonhada? De nada importa. Apesar da beleza inquestionável, não poderia me deixar atrair tão cegamente por ela. Mas ela era tão bela que me permiti admirar por mais alguns instantes. Invísivel, é claro.

Enfim parei de deslumbrar a vampira, e me direcionei ao meu quarto. Naquela noite se reuniriam em meu castelo os políticos mais importantes das redondezas. Tudo tinha de estar impecável. Não que eu me importe com os mesmos, mas é sempre bom deixar uma boa impressão.

Me movi para o salão principal, onde eu costumo receber meus convidados. É um robusto, apesar de elegante, bloco de mármore branco com detalhes em preto. Normalmente seria impossível esculpir com tal perfeição e precisão, mas esse é um dos bons usos da magia quando a questão é requinte e elegância.

Recitei um encantamento de invocação de espiritos de ordem. Os mesmos, como de puro costume, se direcionaram às bonecas de madeira presentes no grande salão. Mas não eram bonecas quaisquer. Eram bonecas vestidas e equipadas como belas faxineiras. Os espiritos encarnaram nas bonecas, e as mesmas começaram à organizar o estabelecimento em questão.


Minha consciência me reprimia ocasionalmente por usar tão aberta e livremente meus poderes mágicos. Caso eu ainda fizesse parte do Grande Instituto de Magia e Artes Arcanas, eu não poderia invocar um feitiço sem permissão de meus superiores. Mas, que peninha, eu me resignei daquele lugarzinho de segunda categoria. Existem sim, perigos no uso da magia, mas ninguém lá se importava em explicar os quais, os comos e os porquês. Tive de consultar toda a livraria de meu pai para se quer ter uma pequena idéia do que poderia ocorrer caso eu perdesse o controle de meu corpo.

Alas, são perigos reais, mas assim como a explosão do Sol, são possibilidades distantes. Principalmente em meu caso, já que tenho tamanho domínio sobre meus poderes. Um pouco convencido? Talvez.

Enquanto os espiritos se encarregavam do meu castelo, resolvi dar uma passeio pelos arredores. Passeio. Palavra engraçada para descrever o que eu faria.

Sai pelas portas frontais e assoviei. Um gigantesco cérbero veio em minha direção, calmamente. Isham. Um experimento de meu pai que deu errado, e certo. Não foi o efeito desejado, mas foi um efeito positivo de qualquer modo. Um rottweiler ainda bebê impregnado com um espirito de um guerreiro. Feroz, mas absolutamente leal. Já as três cabeças e o tamanho gigantesco... isso foi resultado do pequeno Isham tomar algumas poções que não devia.

Ele então se curvou, e eu subi no pescoço da cabeça central. Segurei as rédeas que implantei recentemente na gigantesca coleira do mesmo, e direcionei para os bosques adiante.

- Notou algo estranho por aqui, Isham? - Perguntei, e ele acenou negativamente com a cabeça central. - Ótimo. Vamos coletar algumas ervas pelas colinas do norte.

A vampira me olhava pela janela atentamente. Fingi não notar, e de qualquer modo, Isham já estava se preparando para arrancar em direção ao local desejado. Seria um tanto que patético tentar acenar naquela situação.


Por: Rubria Gruby & Brunus Arkkaza.

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