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By Ferramentas Blog
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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Cotidiano

Chego em casa. Abro a porta.

Sinto cheiro de casa limpa, ou seja, cheiro de água sanitária. Faço uma careta e entro.  Estou louca para tomar um banho. Largo minha bolsa no quarto, simplesmente a jogo em cima do meu puff ao lado da escrivaninha, pego minha camisola de seda e me direciono para o banheiro.

Tiro o vestido verde-limão com pressa. Jogo-o em cima do cesto de roupas sujas para levar para o quarto. Faço o mesmo com meu short jeans. Fico só com a lingerie branca e abro o chuveiro. Deixo a água esquentar enquanto tiro o sutiã me encarando no espelho.

"Cara ridícula. Seios ridículos. Cabelo nojento."


Desço a calcinha. Subo uma perna depois a outra. Abro a cesta com cuidado, sem derrubar minhas roubas da tampa. Dou um suspiro irritadiço e sinto mais forte o cheiro da "limpeza".  Entro no chuveiro.

Deixo a água escorrer pelo rubro do meu cabelo pelo leite da minha pele. Pego o sabonete com aroma de macadâmia e esfrego na esponja até que faça espuma. Passo a mesma pelo meu pescoço e, sem perceber, solto um suspiro excitado.

Desço um pouco mais, a esponja escorrega para o meu seio direito. Quase que automaticamente, ele se arrepia com sua textura. Me demoro e solto um gemido. Passo para o outro seio, já arfando. Brinco com ele e a esponja enquanto o outro se contenta com a minha mão.


Desço a esponja novamente, dessa vez  para o meu clitóris e ele parece ter aumentado sua sensibilidade em muitas vezes. O toque da esponja foi o suficiente para que eu gemesse mais alto e com mais intensidade. Quando dei por mim, estava sentada deixando a água tomar conta de mim e meus dedos dentro. Dentro e fora. Dentro e fora. Dentro e fora. Dentro...

Gozo com uma intensidade tão insana que os vidros do box se quebram  com meu grito de tesão. E nenhum incompetente para me foder direito.  "Não concordo com essas miscigenações", eles dizem. Lobisomens inúteis.

Vamos lá, de novo. Dentro e fora, dentro e fora, dentro e fora. Soco a parede, um buraco se forma no mármore. Dentro e fora, dentro e fora, a água correndo nos meus seios, dentro e fora, dentro e fora.


Só a lua me faz companhia nesse tipo de noite. O cio vampírico, o ápice milenar de uma vampira. 

Dentro e fora, dentro e fora, dentro e fora...

Ouço um uivo lá fora. Seria aquele imbecil? Está meio atrasado...


Por: Rubria Gruby.


Post Scriptum: Por mera curiosidade, nesse conto, o cio vampírico é o equivalente á menstruação humana.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Essa é Para Você

O soar incessante do meu coração acelerado fez com que minha tentativa de dormir se prolongasse por um tempo longo demais.

Estávamos estirados, um para cada lado do colchão de casal que cobre a maior parte daquele quarto. O guarda-roupas ainda tinha a marca suada das minhas mãos, onde me apoiei mais cedo, enquanto empinava a bunda para ele.

Ouvi o arfar suave saindo da boca dele. Sua mão percorreu suavemente pela minha barriga. Me deu calafrios.

Me encolhi em seu peito, sua mão pousou sobre a minha cintura. Ele me abraçou com cuidado. Subitamente, ele beijou meus cabelos desgrenhados e grudados ao corpo. Estávamos ensopados, afinal era verão e havíamos acabado de transar.


Olhei para seu rosto. Boca semi-aberta, olhos fechados. O cavanhaque que cobre todo o seu queixo estava mais sexy do que nunca. Sua respiração estava voltando ao normal gradualmente. Soltei uma risadinha.

"Cala... -Ele tomou ar- A boca."

Ri um pouco mais alto e dei-lhe um selinho. É delicioso quando ele fica nessa situação, tão vulnerável. Apertei-o contra meu peito. Como eu amo esse cachorro.

Levantei-me. Ele deu um tapa na minha bunda. Dei uma reboladinha, ele me puxou de volta. Demos um beijo demorado e, por fim, ele perguntou: "Você tá com fome?" Fiz que sim com a cabeça.

Ele me soltou. Me levantei novamente e me vesti. Ele sentou na cama e ficou ali, olhando enquanto eu vestia a camisa. Olhei de volta, já com as roupas. Sentei em seu colo e dei um beijo na sua bochecha.

"Escolhe a minha roupa?"


"Mas claro."

Peguei tudo preto. Desde a cueca até a meia. Ele deu um sorriso malicioso, aquele sorriso que me derrete e me deixa encharcada só de lembrar.

"Vai querer repetir, é?"

Retribui com o meu sorriso. Ele arranhou minhas costas. Dei um tapa na sua cara. Ele me deitou do seu lado, começamos a nos beijar. Ele parou e foi para o meu pescoço, onde mordeu e, como se tivesse levado um choque, meu corpo se estremeceu. Puxei o seu cabelo da nuca, ele sussurrou no meu ouvido: "Acho que não precisamos mais daquelas roupas, não?"


Por: Rubria Gruby.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Paco, o Egoísta (II)

Diz minha mãe que, no dia em que eu nasci, o médico parou por alguns instantes para admirar minha beleza e eu parei de chorar quando todos ficaram ao meu redor, apenas me contemplado. 

Renata está deitada no colchão. Os cabelos estão por toda a volta de sua cabeça, parece uma auréola. Meu anjo. 

EU sou um anjo.

Levanto da cama, caminho até o banheiro. Vejo meu rosto perfeito no espelho. Cabelo com o corte da moda, olhos azuis, barba por fazer. Físico de dar inveja no pessoal do trabalho. Sei disso, todos os dias todos os homens ficam comentando e se perguntando de onde arranjo tempo para ficar tão gostoso assim.

Ligo o chuveiro e espero alguns segundos para a água esquentar. Mergulho na cachoeira e começo a passar minhas mãos pelo meu corpo. Começo pelos braços musculosos e perfeitamente definidos. Um após o outro com a esponja em mãos. Ensaboo-os com carinho, minhas lindas obras-primas.

Passo para o peitoral, para o tanquinho. Não menos importante, meu satisfatório pênis de 22 cm. Um gemido de Renata invade minhas memórias, ele sobe levemente. Eu e Renata. Renata e eu.

EU.


-Continua-

Por: Rubria Gruby

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Paco, o Egoísta

Ela tem franja alinhada e cabelos castanhos. Por meios de status, me reconheço nela. Sinto uma vontade louca de conversar sobre vítimas, sangue e pintos eretos, mas me limito e mando um "Acho incrível como somos parecidos."

Ela demora para responder, tempo suficiente para fazer uma análise completa de seu perfil. Sei que escreve, desenha e temos um amigo em comum. Então ela surge e começamos a digitar muito sobre muita coisa em um círculo sem fim.

Adoro seu nariz fino e imagino sua voz. Deve ser tão eu quanto ela por inteiro.



Cheguei á conclusão que queria: me apaixonei por mim.



-CONTINUA-


Por: Rubria Gruby.

sábado, 6 de julho de 2013

Sobre Ninguém (Roberta)

Já faz 3 meses que a investigação foi encerrada. Reginaldo não aguentou a pressão sobre um crime tão bem executado, milimetricamente calculado. Obrigou todos os seus agentes, todos os responsáveis a usar roupas cirúrgicas no local do crime, encheram o corpo de pó até dizer chega atrás de digitais. 

Nada. Nem sua própria digital. Tentaram amostras de DNA no pênis, mas não encontraram nada conclusivo. Apenas amostras de sabonete com PH moderado, o mesmo encontrado no banheiro da vítima. As roupas no chão não tinham nada a dizer. Só continham as digitais dele. 

O único fio de cabelo, comprido e de cor diferente encontrado na cena do crime era da mãe de Iago. A decepção foi geral quando o resultado dos testes chegou do laboratório.

Reginaldo não largava seus cigarros, começou a fumar cada vez mais. 2, 3, 5 cartelas ao dia. Um cigarro por minuto. Não se deixava concentrar, até o dia em que teve um infarto quando deram o caso por encerrado.

Enquanto isso, Roberta saracoteava por aí, rebolando a bela bunda para todos os lados. Sentia um gosto delicioso na boca. E não era só por conta do beijo que acabara de receber, mas sim por se sentir completa, livre e feliz.

A única vez em que desconfiaram dela, usaram argumentos tão baratos e sem embasamento que foram obrigados a pedir desculpas e pagaram uma indenização, mesmo que desnecessária. Ela torrou a grana com camisinhas, vinhos, lingeries novas e guardou um pouco para que pudesse ir até a casa dele de táxi.

Roberta acabou de chegar no apartamento dele e foi recebida com beijos, abraços e saudades. Julio e seu abraço de urso, seu calor de urso, sua ferocidade de urso.
O amor não amado pode ser exposto naquele quarto. Roberta gemendo, Roberta sorrindo, Roberta sussurrando "Eu te amo..." Abraçados na cama, empapados de suor. Um amor desamado. 

Julio, seu urso. 

Roberta, a gata.

E o corpo de um cachorro.


Por: Rubria Gruby.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Sobre Ninguém (Investigação)

Roberta cantarola enquanto retira a camisinha usada do pinto dele. Faz questão de queimá-la, com todo o cuidado. Qualquer amostra de seu DNA e sua obra-prima está perdida.

Ela assiste o látex pegar fogo até sucumbir. Recolhe suas cinzas e joga-as da janela. Seria muito arriscada qualquer outra forma de eliminar as provas. Ela limpa o corpo inteiro com todo o cuidado, para ter certeza. Depois, joga o corpo no chão e aspira a cama, com uma máscara e touca cirúrgicos, cabelo bem preso, as luvas e pantufas de pano nos pés. 

Vai cantarolando e limpando, sem se preocupar. Ninguém daria falta de Iago por um bom tempo. Só seus pais o veriam... Mas isso não é problema dela. Aspira a casa inteira, passa pano com perfeição. Termina seu trabalho orgulhosa, tendo a certeza de que não deixou nada para trás.

Colocou o que restou de Iago na cama novamente, de bruços. Mandou um último beijo e saiu, completamente invisível aquela vizinhança.

-Policiais-

"Não, não, cara. Se fosse um homem, teria merda pra todo o lado."

Os legistas fotografam Iago de bruços, nenhuma gota de sangue, nenhuma gota de baba, nenhum fio de cabelo.

"Mas está absolutamente tudo limpo, a casa tem cheiro de limpeza! Quem garante que o outro ainda não fez questão de cuidar do seu amante?" 


"Que jeito de acabar uma noite..." O detetive indicado para o caso, Reginaldo, está de cócoras ao lado do corpo. Observa a expressão serena de Iago. "Com certeza foi uma mulher. E gostosa. Olha a cara de felicidade do sujeito."

"Talvez a gente nunca descubra. Talvez ela seja nossa conhecida. E ninguém ouviu nada durante a madrugada! Como ela ia conseguir limpar tudo e ninguém ouvir? Com certeza ela deve ter usado o aspirador para tirar os cabelos da cama. Vamos pegar o saco e..."

"Detetive, achamos o aspirador, mas o saco sumiu." 


"FILHA DA PUTA"
Continua

Por: Rubria Gruby

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Sobre Ninguém (Reviravolta)

"Não, querido... Não fique assim. Vamos pra cama. Temos muito o que brincar ainda..."

Roberta se diverte, abre seu roupão de seda e exibe os voluptuosos seios sobre a lingerie preta. Sua fio-dental da mesma cor é um convite apetitoso. Iago já está insano de tanto tesão. Ele rasga sua calcinha e começa a mexer a língua no seu clitóris. 


Roberta geme alto demais quando goza e ele não para. Finalmente, quando sua boceta já parece encharcada e o pau dele já está tão duro que nem cabe na cueca,  ele começa a meter forte. A boceta se contrai demais, é apertada demais. 

Ele chupa seus seios enquanto mete. Estão um de frente para o outro. Adoram ver suas reações.

Iago delira, para frente e para trás, enquanto acaricia o rosto de Roberta. Ela sorri(aquele maldito sorriso safado que só ela tem) para ele e diz "Eu tenho uma surpresa pra você no final." Iago vira os olhos e mete mais forte do que nunca. Roberta goza a primeira, a segunda, a terceira e perde a conta de quantas vezes mais.

Iago revira os olhos e sussurra "Eu... Eu... Vou..." Ela coloca o dedo na boca dele, como que mandando ele ficar quieto. Faz um sinal para acelerar, já cansada de tanto teatro.

Uma jorrada branca na camisinha e ele geme baixo. Ela, ainda com suas luvas pretas, puxa o cabelo dele para trás. Dá um beijo no seu peito, pescoço e, por fim, boca.

Ele geme um pouco mais, mais porra na camisinha. Ele começa a arfar alto. Ela dá risada e tira ele de cima dela. 

Iago se joga no colchão, de costas. A oportunidade perfeita para Roberta. Ela pega uma seringa na sua bolsa, vazia. Enche com ar. Ela o abraça pelas costas e levanta, fazendo com que ele se sente. Faz ele olhar o reflexo dos dois no espelho do banheiro.

Ela sussurra "Pronto para ver estrelas de verdade?" Roberta levanta a seringa, Iago apenas abre a boca, agulha direto na jugular. Ar dentro do sangue.

Segundos depois, silêncio. Roberta levanta, ainda com suas luvas pretas. Veste-se e diz "Tudo bem, hora da limpeza!" Com sua voz angelical.


Continua

Por: Rubria Gruby

terça-feira, 2 de julho de 2013

Tudo Está Bem

Ela está sentada no seu quarto gelado. A sopa queima sua alma. 

Depois da notícia recente, ela chega a conclusão. "Chega" ela pensou. Levanta calma, passos felinos pela casa seguem á diferentes pontos. Ela presta bastante atenção no que pega, para ter certeza de que está pegando realmente todo o necessário para sua vingança.

Dispõe os produtos de limpeza á sua frente. Pega a água sanitária, serve um pouco na própria tampa do produto.

"Para limpar o gosto de vocês..." 

Direto para sua boca, garganta... Atinge o estômago sentindo tudo queimar. E em seguida, o líquido volta. Ela vomita no chão todo, aquele cheiro forte e a baba que se mesclou com o líquido puro. Formaram várias bolhinhas pequenas. Mais duas gofadas do mesmo conteúdo.

Trêmula, ela pega o sapólio.

"Para... Limpar... O toque..."


E na própria mão, começa a esfregar o sapólio em cada parte de si. Sentia tudo queimar de forma impressionante. Viu bolhas se formando, coçando incontrolavelmente. Não coçou, não gritou. Só esperou o efeito amenizar um pouco. Primeiro nos braços, depois nos seios, coxas, panturrilhas.

Por fim, ela pega o desengordurante.

"Para limpar seu pinto."


Ela embebeda seu vibrador com o líquido viscoso e começa a se masturbar. Esse é o único momento em que ela geme. Não por prazer, não por dor física. Ela choraminga quieta demais. Como se fosse tudo muito normal. Tenta esquecer os sorrisos, as risadas. "Dois filhos da puta." Ela decide.

Quando se cansa, ela pega o veneno para ratos.

"Para que se arrependam."

Ela morde um pedaço gigante do veneno. Sua boca começa a espumar, seu corpo se contorce. Tadinha, tão pequena. Seus olhos reviram, mas ela está sã. Ela sente o veneno em si. 


Ela sente o veneno que eles colocaram nela.

Por: Rubria Gruby

domingo, 30 de junho de 2013

Sobre Ninguém (II)

"Sério, gente. Eu tô bem. Eu tô feliz, não precisa ficar triste não. Eu ainda venho farrear com vocês!"

Roberta abraça todos os que considera importantes, dá um beijo na bochecha de todos. Está mais linda do que nunca, com pouca maquiagem nos olhos e um batom marcante. O decote balança quando caminha, o salto ressoa sua presença.

"Tem certeza de que não quer ficar mais? É isso mesmo o que você quer?" Iago, com seus olhos faiscantes, sedentos pela carne dela pergunta.

"Ah, Iago... -ele estremesse um pouco ao ouvir seu nome- Agora é hora de firmar meu outro comprometimento!" Ela sorri docemente, enquanto está abraçada com ele. Ele treme novamente. Ela o aperta mais junto de si.

Julio também está ali, emburrado. Seu normal. 

Roberta se aproxima e lhe dá um beijo na bochecha também, como que para aliviar sua tensão. Não parece funcionar, pois ele permanece na defensiva. Talvez não esteja feliz com o fato de ela e Iago...

"Deixe para lá..." Pensou ele. "Não tem nada a ver com a vida dela... Mas mesmo assim... É estranho. Porque eu quero tanto essa mulher?"

Roberta pega sua bolsa e sai, esvoaçando seu cabelo.

Por: Rubria Gruby. 

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Sobre Ninguém

"Mas você a ama... Não?" Julio pergunta para ele, enquanto se serve de mais cerveja. Iago veste uma calça preta, daquelas que se usa quando você vai fazer caminhada pela manhã e uma camiseta salmão.

Ele está de pé, do lado da geladeira, pegando a vodka, sua melhor companhia em meses. "É... Amo. Eu acho." Iago sibila.

"Então, cara! Porque você fez isso com a Roberta se você ama a Caroline? Você sabe que a Roberta mata e morre por você, cara." O outro sentou-se na sua frente enquanto ouvia seu sermão. 

"Não sei, Julio... Meu corpo pediu demais, esperou demais e sofreu demais... Mas não consigo pensar em outra pessoa, entende? Quero dizer, naquele momento com a Roberta fomos só nós dois. Eu sinceramente não sei o que dizer, o que pensar. A Roberta mexe comigo de um jeito estranho. Não é só sexo... Mas não é tão forte quanto o amor que eu sinto pela Caroline."

Ele descasca dois limões, começa a espremer suavemente com o porrete e coloca duas colheres de açúcar antes de voltar com o porrete. Coloca várias pedras de gelo e, por fim, a vodka. Toma o primeiro gole da caipirinha, enquanto as cenas do sábado voltam á tona.

Seu corpo pequeno e doce, um cheiro peculiar de sálvia dominava suas peles. Roberta gemendo, Roberta rindo, Roberta sussurrando em seu ouvido "Me pega de quatro, gostosão." O cabelo moreno na pele clara, os olhos sensuais, a voz hipnótica. O toque arrepiante.

Iago sorri, subitamente. Julio pergunta: "Que foi, cara? Lembrando da Caroline?"

"Não... Da Roberta... Definitivamente."

Ele toma mais um gole de sua caipirinha. 

Por: Rubria Gruby

segunda-feira, 4 de março de 2013

Amor Platônico

Fabiano acordou atordoado. Olhou para o lado, onde sua amada costumava deitar-se  e viu somente o travesseiro intocado.

Abraçou-o com delicadeza, evitando que seu cheiro destrua por completo o perfume que ela deixou para trás.  Em meio aos lençóis brancos,  descobriu um rubro fio de cabelo. "Ah, Carla..." Pensou, pegando-o com a ponta dos dedos. 

Olhou fixamente para o vestígio do que restara de um amor insano. Por uma crise maldita de ciúmes, ela o abandonou. Ele não conseguia entender como uma pessoa intelectualmente sã poderia se deixar levar por tão tosco sentimento.

Levantou-se e colocou o cabelo com esmero na cabeceira de sua cama. Foi direto para o banheiro. Fitou o espelho com indiferença. Seus cabelos continuavam bagunçados e assim ficariam o resto do dia, decidiu. Voltou ao quarto já pensando nas roupas a usar. 

Pegou a regata preta que ela deu e vestiu, em seguida, foi em direção ao armário, do lado esquerdo da cama, e pegou uma camisa quadriculada em tons de azul, vermelho e preto. Vestiu a calça e as meias. Suspirou cansado. Desejou poder apodrecer naquela cama. 

A noite fora um turbilhão de gritos e acusações. Ele crê que tudo tenha acabado bem. 

Caminhou até seu monumento recém-adquirido. A preciosidade mais perfeita. Mas não era o suficiente. Deu um beijo naquilo e saiu do quarto. 

Deixou para trás a cabeça de Carla, em seu esconderijo, junto com as outras maravilhosas mulheres de cabelos vermelhos que tiveram o desgosto de cair nos braços de Fabiano. 

Frio e pacato, Fabiano era alegre e bonito. E matava sem dó.

Por: Rubria Gruby.


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Um Conto Qualquer

Amanheci com a tradicional vontade de beber o líquido mais precioso existente na terra.

Espreguicei-me na cama de solteiro escondida com as roupas de cama personalizadas da banda Porcupine Tree que mandei fazer. Elas levam a imagem do álbum The Incident. Não havia encontrado em lugar algum, como já imaginei, por se tratar de uma banda underground.

Caminhei até o banheiro. Olhei me no espelho. Meu cabelo parece ter entrado em guerra com o travesseiro durante a noite, pois está com algumas plumas. Minha costeleta está torta, uma parte tem mais tufos do que a outra e meu cavanhaque está da mesma forma. 

Tiro o pijama de star wars e entro no chuveiro. Com a ajuda do espelhinho do box e da minha tesourinha, aparo os pelos faciais dando novamente a ordem que tanto preso. Lembro dos tempos em que eu era apenas um garotinho, sem nenhuma noção de estética. Rio de minha inocência.

Com o corpo devidamente limpo, enrolo-me na toalha macia de algodão e volto para o quarto. Visto-me com cautela, uma regata branca com uma camisa quadriculada preta e vermelha, a minha favorita.

Coloco a calça skinnig preta e o sapato da mesma cor, bem como meu óculos de armação grossa. Estou pronto e perfeito. Saio pelas ruas com meu Iphone, publicando cada detalhe do meu caminho no facebook. As ruas onde moro tem várias árvores históricas, estão lá há sabe-se lá quanto tempo. 

Tenho a impressão estranha de estar sendo seguido. Olho para trás incontáveis vezes, mas só vejo a rua e as árvores. Dou de ombros e caminho ao som do Porcupine. É um dia cinzento e triste. 

Cheguei ao café costumeiro e peço a maior xícara de café que há. Noto uma garota linda sentada no canto do café. Seu cabelo é curto e levemente ondulado, cobre somente o pescoço. Seus olhos são de um verde estonteante. Os óculos são tão discretos que parecem fazer parte de seu rosto redondo. Sua boca carnuda encontra um canudinho, cheio de milkshake. Seu batom vermelho mancha-o. Ela me nota e sorri.

Beberico meu café sem pensar mais nela. Estava claro seu interesse por mim. Fiz-me de difícil. Ela que viesse até mim, então. 

Mas fiquei lá até o fim de meu café e do milkshake da misteriosa e ela não se deu ao luxo de vir até mim. Uma pena, estava tão certo de que ela havia se encantado comigo.

Levantei-me e fui até o caixa. Paguei a conta suave e segui até a porta. A olhei novamente. Ela fitava os olhos nos meus. Senti um calor imenso. Talvez seja apenas a excitação que sua beleza causa. 

Virei-me para a porta. Estranhamente, não consigo abri-la. Olho para a atendente, esperando ajuda. Subitamente, a porta de ferro desce. Tudo fica escuro.

"Clemence. Pega!" A atendente urra. 

Sinto uma criatura pequena grudar em meu peito e meu pescoço. Os dentes afiados são impiedosos. A dor de meu pescoço rasgando some subitamente. Consigo enxergá-la no breu. Ela está sorrindo timidamente e diz, enxugando o sangue de sua boca:

"Desculpe por isso... Seu cheiro... Era delicioso. Assim como seu gosto." 

Entendi tudo, mas agora é tarde.  #Partiu #Caçar #Humanos


Por: Rubria Gruby

domingo, 13 de janeiro de 2013

Pureza

Eu estou com muita pressa para prestar atenção no trânsito.

O silêncio é minha única companhia enquanto atravesso toda a rua VX até chegar perto da Carlos Gomes, onde tem todas aquelas lojinhas e botequins. Procuro o ponto almejado e sento-me na barra de ferro que nos oferecem para encostar enquanto esperamos o ônibus. Por ser pequena e portadora de pernas curtas, consigo me sentar confortavelmente sem grande transtorno.

Estou com minha jeans preta, já surrada, e meu all star de couro. Uma regata preta com caveiras desenhadas e uma camisa quadriculada por cima são as únicas coisas que evitam que eu seja um urubuzinho ambulante.

Me sinto linda com a maquiagem que passei com esmero antes de sair do apartamento. Meu batom vermelho-alaranjado nunca me traiu na hora de dar ares de sofisticação para minha aparência simples. 

A quietude daquele ponto mesclado com o som irritante das ruas movimentadas atormentam minha mente. Coloco o bom e velho Three Days Grace para gritar em minha mente. Espero ansiosamente pelo ônibus.

Quando ele finalmente chega, dou uma última olhada para trás, para me certificar de que estava mesmo fazendo essa loucura. Essa última loucura.

A viagem começa e eu não consigo pensar em nada além dele. Aquele ser moreno, de olhos penetrantes e sorriso arrebatador. Nunca consigo fitá-lo por menos de 2 segundos sem me excitar. Essa é a maldição que ele colocou em mim. E essa é a maldição que tirarei hoje. Custe o que custar.

Antes de me dar conta, já estou próxima do meu destino. Aperto o sinal para descer e pulo da porta com um sorriso, agradecendo o motorista. O ônibus partiu á minha esquerda.

Caminho indiferente aos trabalhadores do governo, cortando o mato dos dois lados da rua. Eles param o que estão fazendo quando passo exatamente entre eles. Sinto seus olhos percorrerem meu corpo inteiro. Continuo andando com os olhos fixos na casa onde devo chegar em poucos instantes.

A igreja está ali, intocada. Parece que foi ontem a última vez em que vim até aqui, apesar de fazerem 6 meses que não apareci. Chego em frente á casa com estrutura moderna. Praticamente parte de um condomínio em tons pastel. Toco a campainha e espero.

Ouvi o "Ding dong" ecoar pela casa, mas ninguém se prontificou; Toquei a campainha uma outra vez após alguns minutos e novamente o "Ding dong" triunfou. Estava lendo o "Jornal do Ônibus", aqueles que distribuem de graça para você não se entediar e saber das novidades enquanto faz seu passeio. Enrolei-o e coloquei perto da boca:

- RICARDO!! - Uivei, sem me importar com os vizinhos. Era perto das oito e meia da manhã.

Finalmente ouço passos na casa. A porta se abre, bem como o portão branco na minha frente. Ele coloca a cabeça para fora, para conferir se era eu mesmo. Entrei e o portão se fechou atrás de mim. Saltitei em direção á porta, um tanto encabulada e animada.

-Oi, bom dia. - Ele estava só de cueca azul. Dei-lhe um selinho de saudação, tentando não demonstrar timidez e fazer com que ele se sentisse bem com a situação.

-Bom dia -respondi, e antes que pudesse dizer algo a mais, ele me interrompeu:

-Eu acabei de levantar, desculpe.- Virou-se e começou a subir as escadas. -Você havia avisado que chegaria apenas ás nove... Então... Eu não me preparei para nada.

-Não, tudo bem -Ele parecia extremamente tímido. Tanto quanto eu. 

Chegamos até o seu quarto, onde fui diretamente para a cama, me sentar e esperar. Ele foi para o banheiro, escovar os dentes. Fiquei fitando o jornal que ainda tinha em mãos. Reli a interessante história do travesti encontrado morto, aparentemente ele havia acabado de fazer um programa e foi assassinado. Tinha uma foto colorida do corpo. Não se podia ver muita coisa, mas era uma moça bonita.

Ele finalmente volta, com aquele sorriso maravilhoso. Coloco o jornal na cabeceira, junto com meu óculos. Ele senta do meu lado e, mantendo o sorriso, diz:

-Você sabia que não pode deitar com as roupas que você usa na rua na cama?-Ele começa a abrir minha camisa - A sujeira da rua se impregna na roupa e vai todinha para os lençóis... 

Ele tira minha camisa, assim como minha regata. Começa a soltar o meu cinto e, tendo dificuldades ao tirar minha calça, ele arfa:

-Por que eles tem que fazer essas calças tão justas? - Ele puxa a calça aos poucos, com receio de me machucar. Eu rio da sua cara e ele continua sorrindo.

Me deixa só com as roupas íntimas e diz, triunfante:

-Agora sim! Perfeito. 

Ele deita-se ao meu lado, me abraçando. Ficamos assim por um tempo até ele começar a explorar meu corpo com a ponta dos dedos. Nossos lábios se tocam delicadamente, um beijo apaixonado por vez, com intensidades diferentes. Algo dentro de mim comemora de uma forma insana. É uma mistura de amor, tesão e alegria. Uma realização que jamais imaginei almejar.

Mas ali estamos, e a coisa está prestes a acontecer. Pouco importa o que acontecer depois, pouco importa o que os outros acreditem. A memória nunca falhará quando se tratar de nossa união. E isso, apenas isso, me basta.

Por: Rubria Gruby.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Marcas

Meu coração palpita, a respiração falha e a canção não sai mais de meus lábios.

"Oh, babe, you're a classic, like a little black dress..."

A música toca, mas não presto tanta atenção nela. Me perdi com um simples chamado no tão aclamado facebook. Um simples "obrigado! " surge sobre a mensagem que mandei.

"Obrigado!"

Malditas letras frias... Simples e complexas, que me fizeram travar o corpo e alma.

Esperava não sentir mais isso. Estou enrolada na coberta em frente ao computador. Os malditos cabos que nos aproxima de uma forma única e inexplicável estão ao meu redor novamente, me abraçando com fúria. 

Sua foto nova demonstra toda a alegria de sua liberdade conquistada naturalmente. Essa foto, a que ocasionou o agradecimento e o elogio por mim feito. Por quê tortura tanto minha mente?

Um simples sorriso parado no tempo, uma demonstração de felicidade ou um simples riso. Alguém contou alguma piada? Celebração da quebra das algemas, talvez? 

Quem me dera esse sorriso fosse para mim. Bebo um pouco mais do chá fumegante enquanto divago. 

Quando dei por mim, estive fitando a foto durante o tempo todo. Abro o chat do facebook novamente. Ele ainda está online e seu sorriso eternizado permanece estático. 

"Isso -sorrio de volta- sorria para mim, meu amor. Sinto sua falta. Não queria, não deveria, mas sinto."

Sussurro como se fosse algo proibido de ser dito. O que não deixa de ser verdade, mas para mim é o amor mais puro que dominou meu ser, deixando claro que não há como esquecer esse homem.

Por: Rubria Gruby.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Someday, We May.

Finalmente chego no aeroporto. O amor de minha vida se ajoelha diante de mim, venerando-me com gigantes olhos castanhos. Tão brilhantes quanto o mar que contemplei durante 11 dias em que estive distante do mundo.

"You... are the second part of me. That silly little part I've been searching for, for so long. - He takes a deep breath, and pauses for a moment - I've realized that there's no reason to keep going without such a perfect creatue. I have found my angel, my pleasure to live. - He pauses, his eyes vividly glowing in happiness.

There's a short, red haired girl with glasses out tere. She's a happy moving smiley. She wants to hug, and to kiss. To live, and to die, in my arms. - He speaks in a deep tone. - Maybe she's even thankful for this very breath I am taking.

Clarice. Will you marry me?"

Eu paraliso com a pergunta e tantas outras invadem minha boca que murmura cada uma delas, sem fazer o menor sentido. A surpresa esperada era tão incerta, tão improvável que nunca pensei que ele fosse realmente capaz de fazê-lo. A única coisa que eu consegui finalmente cuspir foi:

"Are you sure?"

Ele respondeu colocando o anel em meu dedo e beijando-me intensamente. 

"Only the world isn't enought. Be with me forever. So, then, my life will be complete."


Por: Rubria Gruby.


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Choro

Lembro do tempo em que sua visita era esperada com um largo sorriso, de orelha a orelha. E eu sabia o que esperar: beijos roubados, carinhos discretos e um amor incomensurável que esvaia de seus poros.

Éramos como Romeu e Julieta; Com serenatas virtuais e a esperança de um futuro almejado. A esperança de que, um dia, pudéssemos nos orgulhar do amor cultivado com tanto esmero e espalhar ao mundo a novidade do destino.

Agora, isso não passa de um borrão negro de lápis, que mal apagou nossa história. A lapiseira cruel, com ponta fina demais, quase perfurou a seda do nossa separação e tentativa de manter um fio de esperança preso em nós.

Agora, seus olhos suplicam para que o mar sereno que tenho nas vistas os atinjam. E quando os atingem, sinto a vibração de seu corpo em alegria por tão simples contato. 

Agora, você ri e sorri uma falsa felicidade, mas em meio aos risos eu ouço com todos os timbres o grito desesperado(e desesperador) do seu verdadeiro eu, clamando meu nome e implorando meu toque. 

O que fazer... Senão rir de sua desgraça?


Por: Rubria Gruby.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O Abalo

Ando pela floresta deixando o lado morto controlar meu corpo. Tento ignorar meu estômago revirando e implorando para se entupir e sigo um caminho conhecido.

A escuridão é uma ótima aliada e a lua o álibi perfeito para minhas travessuras. Muda, ela me guia até o vilarejo. Escalo a árvore mais alta, no galho mais longo, que aponta para a fogueira no centro da roda de cabanas. Os anciãos contam as histórias que, normalmente, adoro ouvir: as minhas. Essa noite, porém, não sei se surtirão o mesmo efeito de ontem.

Sento-me, ouço, observo, espero. E penso.

Qual a utilidade de uma vampira que nem consegue entrar em um simples clã, como o dos Lucifall? Já me parecia claro que Razen está completamente interessado em mim. O fogo dos olhos dele queimavam cada parte de meu corpo por ele contemplada. Com aquele sorrisinho maroto que só ele tem, me deixou ver sua mente. Canalha safado.

O desafiante que me ofereceram parecia fácil demais. Deveria ter desconfiado. Imaginei que, com um pouco de minha força sensacional o destruiria de forma maravilhosa. Bolei táticas rápidas, com movimentos ofesivos e bruscos, sem pensar muito na defensiva, uma vez que nunca tiveram tempo para me atacar. 

Cérebro venceu músculos pela primeira vez em toda a minha existência. Depois dessa humilhação, Razen apenas ria de mim e com o magrelo do Edward. Tive a certeza de que nunca entrarei para um clã e isso me deixou louca. 

Sacudi a cabeça e voltei a me concentrar nas minhas prováveis presas.

Uma moça de cabelos longos e pele escura deixa a roda, enojada com minha carnificina deliciosa. Pulo de árvore em árvore atrás dela, até chegarmos na beira do rio. Ela se agacha, murmurando um cântico que afasta o medo. Hora de agir.

Dou um salto mortal e atinjo o chão. Como de costume, minhas botas de couro de veado não fizeram um ruído sequer. Mas ela sente minha presença. Quando se vira, estou novamente usando os dotes de minha aliada á meu favor.

Ela dá de ombros e volta a sua cantoria, virando-se e afastando os cabelos do rosto e sem querer revelando o pescoço estonteante. Minha garganta, antes um deserto, se contrai só de imaginar o sabor daquele sangue adocicado que só há naquele vilarejo. 

Corro atrás da moça, que já está em pé, e dou o bote. Cubro sua boca com a mão e seu pescoço com meus dentes. O rubro líquido invadiu minha garganta de imediato até me dar por satisfeita. Atiro o corpo exatamente no meio do rio, como de costume. 

Apesar da sede saciada, a decepção não some da minha mente em momento algum. O desastre, o horror. A perfeição inabalável simplesmente destruída.

Suspiro, porque é o que os humanos fazem quando se frustram, e tomo rumo á qualquer lugar.

Por: Rubria Gruby.

sábado, 1 de setembro de 2012

Conto Proibido (III)

O dia mal amanhecia no condado e ela não dormiu nenhum um minuto sequer. O cheiro daquele homem impregnado em sua roupa... Pretendia nunca  mais lavá-la ou lavar-se. Seu toque era uma deliciosa tortura, daquelas que se gostaria de relembrar incansavelmente. 

Enquanto ela voava e deixava-se sonhar, na cidade, um mulato tem uma epifania. Daniel juntou os filhos, Christian e Laura, para uma conversa que acreditou nunca ter. As crianças sabiam perfeitamente o que seu pai fazia, mas não sentiam nem um pingo de vergonha. 

A mãe deles falecera no parto do caçula. Como Daniel e as crianças foram recusados pela família da moça, sabia exatamente os preconceitos e abusos que os jovens sofreriam se ele não tivesse tomado a decisão correta.

Sem mais delongas, Daniel começou seu discurso:

"Meninos, hoje eu irei até o condado. Vocês sabem quem veio ontem? A própria condessa! A maravilhosa mulher que tantos estimam... -Os garotos repararam os olhos cintilantes de seu pai- Então, comportem-se bem enquanto a Judite ficar atenta quanto á vocês, meus pequeninos."

"Meu pai, fiques tranquilo. Já sou quase mulher, com certeza entendo seu anseio quanto á condessa. Ela traja mesmo aqueles vestidos europeus? Tens gosto tão sofisticado para roupas! Um dia nos leva para visitá-la, pai?"

Laura, sempre tentando tomar a posição de mulher da família, estava entusiasmada com aquele pequeno brilho no olhar de seu pai. Só o vira tão nervoso e ansioso quando a mãe dela voltava das várias voltas que dava ao longo do dia, quando estava grávida de Christian.

"Sim, se a condessa permitir, levo ambos para o condado. Mas nesse dia, hão de lembrar-se onde estarão. Não podemos jamais nos dar ao luxo de esquecer quem somos, de onde viemos e na presença de quem estamos. JAMAIS!"

Os meninos alegraram-se e abraçaram o pai, orgulhosos. Ele então levantou-se e foi vestir-se com a melhor roupa que tinha. Com o dinheiro que Bria insistiu em dar, pagou um cocheiro e foi direto em direção ao condado. 

o galope dos cavalos fazia a poeira da estrada subir mais e mais. Observava a cidade distanciar-se e, por fim,sumir através da janela. Campos verdes tomaram conta da paisagem. Era a primeira vez que Daniel deixava a cidade.

Durante esse tempo, a condessa vestia-se empolgada e animada. Com um belíssimo vestido francês. Negro com detalhes em dourado, a neve de sua pele pareceu ainda mais branca. Sentia a impressão de que iria refletir a luz do sol quando saísse. Pouco importava, ela não sentia atração alguma por vestidos coloridos.

O cocheiro parou em frente ao casarão. Daniel pediu para que ele o esperasse por ali e deu algumas libras para o homem. Respirou fundo 3 vezes e seguiu o criado até a porta de entrada. 

"Minha senhora, cá está teu convidado."

"Um belíssimo dia, condessa.- ele reverenciou-a, como se fosse uma rainha.- Sente-se bem?"

"Um glorioso dia, Daniel! Pare com cordialidades, por favor! Venha, o aguardava para tomar o café. Junte-se á minha pessoa, sim?"

Daniel espantou-se com tamanha simplicidade e cordialidade da parte de Bria. Sentiu ainda mais admiração pela moça. 

"Sente-se á minha frente, assim facilita nossa conversação. Conte-me, fizeste boa viagem até aqui?"

"Sim, fora muito agradável. Os ares deste lado me agradam demais..." 


Eles não param de olhar-se fixamente, fundo na alma que são os olhos um do outro. Sentiam-se em paz na presença um do outro. Estavam ansiosos, sem ter muita certeza do que sentiam. Mas agora estava claro o tamanho da não somente estima que crescia entre eles. O amor triunfa naquela mesa de forma tão inexplicável e perfeita que não há barreiras que sejam capazes de distanciá-los nunca mais. Tornaram-se, ali mesmo, apenas um.


Por: Rubria Gruby.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Conto Proibido (II)

Arfando na cama, não conseguiam se distanciar. Passaram o dia todo juntos, não somente  com fins corpóreos, mas conversando e rindo á esmo.

"Ainda não consigo acreditar que realmente negaste um príncipe! És insana! Poderias ter o mundo e, porque não, o céu á teus pés..."

"Príncipes são monótonos, meu caro. Só hão de falar sobre política e domínios... Não contém tamanha emoção de um soldado incansável e inalcançável..."

Os cachos negros do mulato tocavam suavemente seu ombro. Estavam abraçados na cama, sentados. A lua surgia tímida, iluminando suavemente o local. Nenhum deles pareceu se importar com o tempo perdido, porém uma batida na porta os trouxe de volta á cruel realidade.

"Bria? Cara Bria! Passou o tempo como o vento! Devemos te devolver sã em vosso condado!"

Era Pedro, inquieto, nervoso e enciumado. De todos, era o mais dedicado á tentar cativar a condessa. Mas, como os outros, ela pouco se importava e ainda menos se impressionava com suas investidas.

"Trouxe os guardas contigo? Devias ter me avisado, teria me apressado com o serviço..."

O mulato mudou o tom, tornou-se frio. Sentiu que estava roubando todo o precioso tempo da moça e lembrou-se de quem ele era.

"Não, meu caro! Não te importes com Pedro. É apenas um lorde de companhia, um cão farejando e protegendo o osso que tanto estima e almeja..."

O mulato pareceu amolecer ao se sentir novamente gente. Não queria que ela fosse embora jamais. Sua presença era quase divina para aquele pobre homem. O maior medo dele, agora, é vê-la partir para não retornar.

"Desculpai-me, bom homem. Estamos há tanto tempo tagarelando que esqueci-me de saciar apenas um último desejo..."

"Pois diga. Qualquer coisa faria eu por tu."

"Minha maior vontade agora é saber teu nome! Afinal, de que o chamarei quando toparmos pelas ruas?"

"Meu nome, condessa? Me chamo Daniel. Daniel Guimarães."

"Daniel... És tão belo quanto tua pessoa. Mas aqui, deixe-me pagá-lo... Me ajude com as contas, sim?"

"Depois do dia maravilhoso que uma vez na minha miserável vida tu me proporcionaste, quem te deve sou eu. Vá e leve a certeza de que amanhã mesmo bem cedo me encontrarei contigo. Isto é, se assim concederes..."

"Não há necessidade de permissão! És bem-vindo o homem que me trouxe á sociedade quando quiseres. Serás um deleite, acredite."  

Dito isso, ela insistiu e pagou ao homem a quantia que devia. Seu coração se encheu com tamanha alegria que não acreditava que outras já entraram naquele quarto, já estiveram com aquele homem espetacular e curioso. Daniel... Descobriu-se apaixonada.



-Continua-

Por: Rubria Gruby.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Conto Proibido

Os tempos mudaram demais em apenas duas décadas. As mulheres tomam o poder e o respeito de forma inacreditável, sendo assim, as coisas se tornaram estupidamente fáceis para Bria, a mais jovem condessa existente.

Filha de um casal rico em libras e poupérrimo em denodos, tornou-se condessa após a morte de seu pai, como mandavam as novas normas estipuladas, as quais diziam que não importa o sexo do filho, ele herdaria as terras e o título de seu pai.

A manhã ensolarada invadiu triunfante seu quarto no instante em que a mucama abriu as cortinas pesadas, fazendo um som áspero ecoar.

"Bom dia, minha Senhora." Disse sua criada, enquanto a ajudava a se levantar.

Espreguiçou-se indiferente ao esplendor que a rodeava. Escolheu um vestido grafite, discreto, com um decote significativo. Ia para uma casa da perdição pela primeira vez.

No auge de seus 19 anos, cansou-se de procurar pelo homem ideal e merecedor de sua pureza. Estava atormentada por sonhos tortuosos e inquietos que invadiam suas noites. 

A simplicidade do vestido mesclava com a estonteante beleza da condessa. Sua pele branca e doce era contrastada pelas ondas negras que formavam seus cabelos. Seus olhos de um azul tão profundo e sereno, que quando tristes tornam-se uma perfeita tempestade e alegres viram uma esmeralda rara e nítida.

Depois do café da manhã grandioso, saiu porta a fora atrás de seus amigos. Todos homens e loucos por ela. Nenhum conseguia atraí-la realmente, mas todos conheciam bem cada canto dos bordéis da cidade.

Saiu de seu condado cedo e chegou bem á tempo, odiava atrasar-se. "Boa tarde, condessa. Como estás tu?" cumprimentou-lhe Pedro, seu melhor amigo.

"Em paz, caro amigo... -Ela solta um suspiro- Em paz, somente".

Sem perder mais nem um segundo, começaram a caminhar em direção á casa do homem que ela tanto anseia sem sequer saber seu nome. Andavam pela rua empoeirada, ela pouco se importava. 

"Minha estimada amiga, tens certeza de que é isso que almejas?"


"Mais do que respirar, mais do que ver o sol nascer... Não entende e creio que jamais será capaz de fazê-lo, estou certa? Pouco importa, caro amigo."

Chegando em frente á porta grande, Pedro deixou-a sozinha. Respirou fundo tentando conter sua animação e entrou. O piso de madeira estalou, toda a casa era com móveis rústicos, negros. Não parecia ter um mínimo de felicidade por lá. 

Caminhou cautelosamente, sentia seu coração batendo firme em seu peito. Chegou até uma sala, a qual fora transformada em quarto. Uma cortina estava semi-aberta, deixando alguma luz entrar. Via todos os cômodos negros como na entrada. Uma voz surgiu de seu lado direito: "São 5 libras esterlinas por hora. Se quiser, entre debaixo dos cobertores. Do contrário, sabe onde fica a saída."

Ela virou-se ao ouvir o rugido grosso que era aquela voz. A pele mulata do homem a encantou de imediato. Seus olhos negros, em primeiro momento opacos, brilharam um pouco ao reconhecer a moça. Seus lábios carnudos deixaram-na inquieta. 

"Você? O que faz aqui? Não esperava que uma condessa precisasse dessas casas..."

"Bem, eu simplesmente não suporto as pessoas ao redor e prefiro me isolar á manter relações com pessoas interessadas em minhas posses. Você disse 5 por hora? Vamos começar com uma hora. Se o tempo passar, pago sem pestanejar."

"Quanta honra desvirginar a senhora, condessa."

"Agora não sou senhora de ninguém, sou mulher. Diga que vai me usar."

Um lançou-se em direção ao outro com tamanha ferocidade que ela não sangrou quando o hímen rompeu-se. Estava oficialmente na sociedade, não da forma a qual todos normalmente entram, mas da forma a qual desejara.


-Continua-

Por: Rubria Gruby.