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By Ferramentas Blog

sábado, 1 de setembro de 2012

Conto Proibido (III)

O dia mal amanhecia no condado e ela não dormiu nenhum um minuto sequer. O cheiro daquele homem impregnado em sua roupa... Pretendia nunca  mais lavá-la ou lavar-se. Seu toque era uma deliciosa tortura, daquelas que se gostaria de relembrar incansavelmente. 

Enquanto ela voava e deixava-se sonhar, na cidade, um mulato tem uma epifania. Daniel juntou os filhos, Christian e Laura, para uma conversa que acreditou nunca ter. As crianças sabiam perfeitamente o que seu pai fazia, mas não sentiam nem um pingo de vergonha. 

A mãe deles falecera no parto do caçula. Como Daniel e as crianças foram recusados pela família da moça, sabia exatamente os preconceitos e abusos que os jovens sofreriam se ele não tivesse tomado a decisão correta.

Sem mais delongas, Daniel começou seu discurso:

"Meninos, hoje eu irei até o condado. Vocês sabem quem veio ontem? A própria condessa! A maravilhosa mulher que tantos estimam... -Os garotos repararam os olhos cintilantes de seu pai- Então, comportem-se bem enquanto a Judite ficar atenta quanto á vocês, meus pequeninos."

"Meu pai, fiques tranquilo. Já sou quase mulher, com certeza entendo seu anseio quanto á condessa. Ela traja mesmo aqueles vestidos europeus? Tens gosto tão sofisticado para roupas! Um dia nos leva para visitá-la, pai?"

Laura, sempre tentando tomar a posição de mulher da família, estava entusiasmada com aquele pequeno brilho no olhar de seu pai. Só o vira tão nervoso e ansioso quando a mãe dela voltava das várias voltas que dava ao longo do dia, quando estava grávida de Christian.

"Sim, se a condessa permitir, levo ambos para o condado. Mas nesse dia, hão de lembrar-se onde estarão. Não podemos jamais nos dar ao luxo de esquecer quem somos, de onde viemos e na presença de quem estamos. JAMAIS!"

Os meninos alegraram-se e abraçaram o pai, orgulhosos. Ele então levantou-se e foi vestir-se com a melhor roupa que tinha. Com o dinheiro que Bria insistiu em dar, pagou um cocheiro e foi direto em direção ao condado. 

o galope dos cavalos fazia a poeira da estrada subir mais e mais. Observava a cidade distanciar-se e, por fim,sumir através da janela. Campos verdes tomaram conta da paisagem. Era a primeira vez que Daniel deixava a cidade.

Durante esse tempo, a condessa vestia-se empolgada e animada. Com um belíssimo vestido francês. Negro com detalhes em dourado, a neve de sua pele pareceu ainda mais branca. Sentia a impressão de que iria refletir a luz do sol quando saísse. Pouco importava, ela não sentia atração alguma por vestidos coloridos.

O cocheiro parou em frente ao casarão. Daniel pediu para que ele o esperasse por ali e deu algumas libras para o homem. Respirou fundo 3 vezes e seguiu o criado até a porta de entrada. 

"Minha senhora, cá está teu convidado."

"Um belíssimo dia, condessa.- ele reverenciou-a, como se fosse uma rainha.- Sente-se bem?"

"Um glorioso dia, Daniel! Pare com cordialidades, por favor! Venha, o aguardava para tomar o café. Junte-se á minha pessoa, sim?"

Daniel espantou-se com tamanha simplicidade e cordialidade da parte de Bria. Sentiu ainda mais admiração pela moça. 

"Sente-se á minha frente, assim facilita nossa conversação. Conte-me, fizeste boa viagem até aqui?"

"Sim, fora muito agradável. Os ares deste lado me agradam demais..." 


Eles não param de olhar-se fixamente, fundo na alma que são os olhos um do outro. Sentiam-se em paz na presença um do outro. Estavam ansiosos, sem ter muita certeza do que sentiam. Mas agora estava claro o tamanho da não somente estima que crescia entre eles. O amor triunfa naquela mesa de forma tão inexplicável e perfeita que não há barreiras que sejam capazes de distanciá-los nunca mais. Tornaram-se, ali mesmo, apenas um.


Por: Rubria Gruby.

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