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By Ferramentas Blog

sábado, 6 de julho de 2013

Sobre Ninguém (Roberta)

Já faz 3 meses que a investigação foi encerrada. Reginaldo não aguentou a pressão sobre um crime tão bem executado, milimetricamente calculado. Obrigou todos os seus agentes, todos os responsáveis a usar roupas cirúrgicas no local do crime, encheram o corpo de pó até dizer chega atrás de digitais. 

Nada. Nem sua própria digital. Tentaram amostras de DNA no pênis, mas não encontraram nada conclusivo. Apenas amostras de sabonete com PH moderado, o mesmo encontrado no banheiro da vítima. As roupas no chão não tinham nada a dizer. Só continham as digitais dele. 

O único fio de cabelo, comprido e de cor diferente encontrado na cena do crime era da mãe de Iago. A decepção foi geral quando o resultado dos testes chegou do laboratório.

Reginaldo não largava seus cigarros, começou a fumar cada vez mais. 2, 3, 5 cartelas ao dia. Um cigarro por minuto. Não se deixava concentrar, até o dia em que teve um infarto quando deram o caso por encerrado.

Enquanto isso, Roberta saracoteava por aí, rebolando a bela bunda para todos os lados. Sentia um gosto delicioso na boca. E não era só por conta do beijo que acabara de receber, mas sim por se sentir completa, livre e feliz.

A única vez em que desconfiaram dela, usaram argumentos tão baratos e sem embasamento que foram obrigados a pedir desculpas e pagaram uma indenização, mesmo que desnecessária. Ela torrou a grana com camisinhas, vinhos, lingeries novas e guardou um pouco para que pudesse ir até a casa dele de táxi.

Roberta acabou de chegar no apartamento dele e foi recebida com beijos, abraços e saudades. Julio e seu abraço de urso, seu calor de urso, sua ferocidade de urso.
O amor não amado pode ser exposto naquele quarto. Roberta gemendo, Roberta sorrindo, Roberta sussurrando "Eu te amo..." Abraçados na cama, empapados de suor. Um amor desamado. 

Julio, seu urso. 

Roberta, a gata.

E o corpo de um cachorro.


Por: Rubria Gruby.

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