Saltitava como uma gazela, de um lado para o outro, sorridente.
Ria á toa de mãos dadas com seu namorado. Fazia questão de parar para beijá-lo a cada instante. Finalmente podia exibir seu amor, seu motivo de existência.
Esperou tantos anos para poder fazê-lo que quando finalmente soube que ele viria, finalmente poderia exibir seu amor grandioso e único para o mundo, não teve reações instantâneas.
Puxou-o pelos braços, passou os mesmos ao redor de sua cintura e sussurrou sobre seus lábios: “Eu amo você... Amo tanto você...”
Ele não respondeu, e como poderia?
Ainda estava em choque ao vê-la. Também a considerava como motivo único de existência e sobrevivência. Sim, pois até o momento, ambos apenas sobreviviam. Juntos, agora sim, ambos vivem.
Apesar de não ser da forma com a qual eu e você, leitor amigo, vivemos.
Assim que ela afastou seus lábios dos seus, fitou o olhar parado do namorado. Ainda animada e alegre. Ele não. Estava com fome.
“Ah, desculpe, meu amor, esqueci que você acabou de chegar...” Ela disse, rindo.
“Venha, tenho um jantar especial para você.” Pegou sua mão e o levou para um grande portal.
Passando-o, havia uma criança. Ou melhor, o que restara de uma criança. Não, meus caros, eles não são canibais.
Eles removeram a alma da criança, para isso, é preciso dilacerar cada órgão de um ser. Ela escolhera uma criança, seguindo o exemplo daqueles que a receberam.
Ele aproximou-se, abriu os lábios da criança e começou a sugar. Quando se deu por satisfeito, saiu também saltitando ao encontro de sua amada.
Talvez seja assim mesmo: uma morte causa a vida. Ou a vida causa a morte?
Por: Rubria Gruby.
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